Bombonière Delikatessen

Guloseimas e pensamentos...

28.9.05

Réquiem...

Escrevi isso pensando no dia 11/09, mas não quis postar no dia azado. Agora com a ida de duas pessoas que marcaram de certo modo minha infância (Don Adams e Ronald Golias) resolvi postar...

Morte, imutável fim
Da vida infindável...
Morte, insuportável sorte
Que atinge o fraco, e sim
Inebalável
Também alcança o forte

Mas que no sentimento dorme
Inerte e imprópria...

26.9.05

Comédias...

Sou fã de cinema e sempre fui. Assisto todo tipo de filme, do humor ao suspense. Só não sou muito de assistir filmes de terror e me divirto muito com filmes trash, justamente por serem trash.

A revista Set tem uma matéria legal do Roberto Sadovski sobre as melhores cenas (e não filmes) de humor do cinema na opinião dele. Sabemos que opinião, todos temos e normalmente elas divergem, mas gostei da seleção que ele fez. Abaixo passo o link desta matéria, onde o repórter/crítico faz o seguinte comentário:

“...Depois de fazer a triagem, a lista que você vê a seguir obedece basicamente a um critério: a cena deveria nos fazer rir até engasgar. Alguns filmes clássicos ficaram de fora por não trazer aquela cena. Já certas comédias descartáveis entraram por causar, em algum momento, dor na barriga de tanto rir...”

Só um complemento sobre as escolhas dele: dos trinta filmes que ele escolheu, apenas um teve mais de uma cena escolhida. Monty Python em busca do Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail).

Na minha opinião, um dos filmes mais engraçados de todos os tempos e um dos grupos mais inteligentes do humor mundial. Quem ainda não assistiu, não perca mais tempo e morra de rir com estes ingleses malucos.


25.9.05

Calado...



Era este o significado do apelido de José Carlos Pace, o Moco (saiba mais sobre ele neste link). Vencedor do GP do Brasil, em 1975, no circuito de Interlagos. Naquele ano correndo pela Brabham, ele fez uma dobradinha com Émerson que corria com McLaren e já era bicampeão mundial. Foi a primeira e única vitória de Moco, que dois anos depois, morreria num acidente de avião (um monomotor), indo de Sampa para Araraquara.



Os jornais estampavam no dia seguinte: "Correu como um campeão". Alguns alegavam que Émerson havia permitido a vitória de Pace, mas para este moleque que já curtia F1 desde os 8 anos de idade, não foi esta a impressão que ficara. Pace tinha sido perfeito durante toda a corrida e merecera a vitória. Aquele carro nº8 com patrocínio da Martini e da Goodyear rasgando a Reta dos Boxes ou fazendo a Curva do Sol ou saindo da Curva do Sargento... (saudades do autódromo antigo...).


O que foi cortado do traçado antigo está sinalizado em branco.

Hoje era para estar novamente em Interlagos, mas como os planos furaram, irei acompanhar pela TV como faço há mais de 30 anos... e torcerei muito

23.9.05

Agradecimento...

22.9.05

Mais uma dele...

20.9.05

Resumos de obras...

...literárias em tempos de cursinhos apostilados e pesquisa via Google:

1) Guerra e Paz - Leon Tolstoi - Paris, Ed. Chartreuse - 1.200 páginas.

Resumo:
Um rapaz não quer ir à guerra por estar apaixonado e por isso Napoleão invade Moscou. A mocinha casa-se com outro. Fim.

2) Em Busca do Tempo Perdido - Marcel Proust - Paris, Gallimard. 1922 - 1.600 páginas.

Resumo:
Um rapaz asmático sofre de insônia porque a mãe não lhe dá um beijinho de boa-noite. No dia seguinte (pág. 486. vol. I), come um bolo e escreve um livro. Nessa noite (pág. 1344, vol.VI) tem um ataque de asma porque a namorada (ou namorado?) se recusa a dar-lhe uns beijinhos. Tudo termina num baile (vol. VII) onde estão todos muito velhinhos - e pronto. Fim.


3) Madame Bovary - Gustave Flaubert - Paris, Galimard - 778 páginas.

Resumo:
Uma dona de casa mete o chifre no marido e transa com o padeiro, o leiteiro, o carteiro, o homem do boteco, o dono da mercearia e um vizinho cheio da grana. Depois entra em depressão, envenena-se e morre. Fim. 5


4) Romeu e Julieta - William Shakespeare - Londres, Oxford Press

Resumo:

Dois adolescentes doidinhos se apaixonam, mas as famílias proíbem o namoro, as duas turmas saem na porrada, uma briga danada, muita gente se machuca. Então um padre tem uma idéia idiota e os dois morrem depois de beber veneno, pensando que era sonífero.Fim

5) Hamlet - William Shakespeare - Londres, Oxford Press

Resumo:
Um príncipe com insônia passeia pelas muralhas do castelo, quando o fantasma do pai lhe diz que foi morto pelo tio que dorme com a mãe, cujo homem de confiança é o pai da namorada, que entretanto se suicida ao saber que o príncipe matou o seu pai para se vingar do tio que tinha matado o pai do seu namorado e dormia com a mãe. O príncipe mata o tio que dorme com a mãe, depois de falar com uma caveira e morre assassinado pelo irmão da namorada, a mesma que era doida e que tinha se suicidado. Fim.


6) Édipo-Rei - Sófocles - Várias edições.

Resumo:
Maluco tira uma onda, não ouve o que um ceguinho lhe diz e acaba matando o pai, comendo a mãe e furando os olhos. Por conta disso, séculos depois, surge a psicanálise que, enquanto mostra que você vai pelo mesmo caminho, lhe arranca os olhos da cara em cada consulta. Fim.

17.9.05

Campanha 2006...

15.9.05

Ponto e contraponto...

Filosofia de bar para descontrair:

"Se você está se sentindo sozinho, abandonado, achando que ninguém liga para você... atrase um pagamento"

"Se não puder ajudar, atrapalhe, afinal o importante é participar."

"Os homens mentiriam muito menos se as mulheres fizessem menos perguntas"

"Bebo porque sou egocêntrico... gosto quando o mundo gira ao meu redor."

Poesia de Quintana, para refletir:

Os Degraus (Baú de Espantos)

Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...

13.9.05

Deu na França...

...na edição do Le Monde do dia 13/09, aparece a manchete abaixo:

Pour avoir trop "malufé", les Maluf sont en prison.
Por ter malufado demais, os Maluf estão presos.

No texto, a autora, relata que até surgirem os escandâlos de corrupção que envolvem o PT e o Governo de Lula, o principal "paladino da corrupção"(o destaque é meu) era Paulo Maluf, que vinha sendo acusado de corrupção desde a primeira vez que foi indicado para a Prefeitura de São Paulo,, pelo Governo da Ditadura Militar, nos idos dos 70. Naquela época ele foi acusado e condenado, por ter usado dinheiro público para presentear os jogadores tricampeões no México com um fusca cada um (teve que devolver cada centavo aos cofres públicos). No entendimento da jornalista, "malufar" significava desde então, roubar o dinheiro público.
Não vou traduzir toda matéria, porque ela fala muito sobre a prisão dos dois Maluf e isso já foi visto de monte na TV e nos jornais brasileiros, mas quem for francófono e tiver curiosidade, clique no link do Le Monde e leia com calma. Com certeza, no Uol teremos esta matéria traduzida nos próximos dias.


Pois é, agora temos o Brasil exportando termos específicos sobre corrupção, e ainda podemos decliná-los em francês. Alguém se habilita?


Verb malufer:

Je malufe
Tu .................
Il ...................
Nous ..............
Vous ..............
Ils ..................

10.9.05

Enquanto isso...

...fico esperando para ver se virá também uma Romi-Iseta movida a GNV ou uma nova Brasília ao lado de Garanhuns...

8.9.05

Endrigo...

Morreu aos 72 anos, o cantor e compositor italiano Sérgio Endrigo, responsável por hits como "Io Che Amo solo" e "Canzone per Te". O músico, que nasceu em 1933 em uma vila croata que fazia parte da Itália, ganhou popularidade nos anos 60 na América Latina por ter suas composições gravadas por Roberto Carlos, como "Canzone per Te", que venceu o Festival de San Remmo, em 1968. Nos anos 70, o músico fez parcerias com nomes da MPB, como Vinicius de Moraes e Toquinho.

Gosto de duas músicas dele: uma marcou minha infância e me acompanhou para sempre como uma das canções românticas mais lindas que conheço. A outra, é uma obra prima direcionada ao público infantil, composta juntamente com Vinícius e Bardotti.

Io che amo solo te (Sergio Endrigo)

C'è gente che ha avuto mille cose,
tutto il bene, tutto il male del mondo.
Io ho avuto solo te
e non ti perderò,
non ti lascerò
per cercare nuove avventure.

C'è gente che ama mille cose
e si perde per le strade del mondo.
Io che amo solo te,
io mi fermerò
e ti regalerò
quel che resta
della mia gioventù.

Io ho avuto solo te
e non ti perderò,
non ti lascerò
per cercare nuove illusioni.

C'e' gente che ama mille cose
e si perde per le strade del mondo.
Io che amo solo te,
io mi fermerò
e ti regalerò
quel che resta
della mia gioventù.

La casa (Vinicius de Moraes - Sergio Bardotti - Sergio Endrigo)

Era una casa molto carina
senza soffitto, senza cucina;
non si poteva entrarci dentro
perché non c'era il pavimento.
Non si poteva andare a letto
in quella casa non c'era il tetto;
non si poteva far la pipì
perché non c'era vasino lì.
Ma era bella, bella davvero
in Via dei Matti numero zero;
ma era bella, bella davvero
in Via dei Matti numero zero.

7.9.05

O petróleo é nosso...

A charge que ilustra a capa da The Economist de 27/08/05, mostra que nem todos no mundo, aprenderam com os dois choques do petróleo da década de 70. Obviamente a situação não é a mesma daquele período, porém o risco ainda existe. O barril está beirando os US$ 80 (mesma cotação do crash de 79/80) e se continuar neste ritmo bateremos a casa dos US$ 100 em 2006. Já em análises em congresso no ano de 1999, falávamos desta voracidade americana e do crescimento da economia chinesa, por conseguinte de sua modernização de hábitos e consumos (petróleo incluso). Análises anteriores de especialistas apontavam para o mesmo caminho. Novamente, os países em desenvolvimento serão os mais atingidos. E o que a comunidade internacional está fazendo? O mesmo de sempre: olhando para o próprio umbigo.

A matéria de capa da revista é muito boa e temos uma ótima e bem resumida análise do assunto, de autoria de Jean-Michel Bezat, na edição do Le Monde traduzida para o português no site do UOL.

5.9.05

Era assim...

Há 20 anos, em 1986, sentávamos à mesa do Salamalec para discutir os rumos da política no Brasil, a presidência de Sarney, os planos econômicos, o surgimento da AIDS, o aparecimento de OVNIS, o Cometa Halley, nossas poesias, nossos namoros, a música de Legião, Cazuza, Paralamas, The Cure, o Barbosa do TV Pirata etc.
Éramos futuros economistas, jornalistas, médicos, comerciantes, veterinários, administradores, bancários, artistas plásticos, músicos...
Uns casaram outros não, uns têm filhos, outros não, uns vivem, alguns morreram, uns venceram, outros não...
De certo havia algumas coisas: íamos para casa com alguns uísques ou vodkas na cabeça, além de duas certezas, o mundo seria melhor no futuro e nós teríamos responsabilidade nisso.

Eu continuo tentando...


ÍndiosLP Legião Urbana DOIS - 1986

Quem me dera, ao menos uma vez

Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera, ao menos uma vez,

Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera, ao menos uma vez,

Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda esta por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.

Quem me dera, ao menos uma vez,

Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais, por não ter nada a dizer

Quem me dera, ao menos uma vez,

Que o mais simples fosse visto como o mais importante,
Mas nos deram espelhos
E vimos uma mundo doente.

Quem me dera, ao menos uma vez,

Entender como isso Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês
É isso maldade então, deixar um Deus tão triste.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.

Entenda - assim pude trazer você de volta para mim,
Quando descobri que é sempre isso você
Que me entende do início ao fim
E é isso você que tem a cura do meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera, ao menos uma vez,

Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera, ao menos uma vez,

Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Esta em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.

Quem me dera, ao menos uma vez,

Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado por ser inocente.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho,

Entenda - assim pude trazer você de volta para mim
Quando descobri que é sempre isso você
Que me entende do início ao fim
E é isso você que tem a cura do meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doente

Tentei chorar e não consegui.