Bombonière Delikatessen

Guloseimas e pensamentos...

29.11.04

Poesias e canções...

A DOR A MAIS (Francis Hime e Vinícius de Moraes)

Foi só muito amor
Muito amor demais
Foi tanta paixão
Que o meu coração, amor
Nem soube mais
Inventei a dor
E como ela nos doeu
Ah, que solidão
Buscar perdão no corpo teu
Tanto tempo faz
Tens um novo amor eu sei
Mas nunca terás
A dor a mais como eu te dei
Porque a dor a mais
Só na paixão
Como eu te amei

Hoje ouvi esta música do Hime e Vinícius...e me recordei de uma teia passada...

Tudo para mim (12/11/02)

Para que tanta história

Se de repente nada muda
E continuo a esperar no nada
Sonhos que se vão com o tempo

Andar no mais alto
Na esperança de ser livre, para viver

E continuo a esperar no nada
Que o sonho possa acontecer

Não há vida, apenas medo

De perder o que eu nem tenho
Força para continuar
Esperar talvez e ainda, o nada
Mas que hoje é tudo para mim.

25.11.04

Doação...

"Há pessoas para as quais o crepúsculo é o prolongamento da aurora." Machado de Assis
Não deixe o tempo passar em branco, vivendo uma eterna aurora... Doe!

18.11.04

No escuro?


Localizado no 51 rue Quincampoix, próximo ao Centre George Pompideau, o Restaurante Dans le Noir? permite uma experiência única para seus clientes. Uma sala equipada e preparada para receber de 50 a 60 pessoas em total escuridão, mas com plena segurança.


Equipada para não permitir a entrada de um raio de luz, a sala do restaurante é atendida por uma equipe de garçons cegos (prefiro a palavra cego à expressão deficientes visuais). Este pessoal serve os visitantes após os instalar a seus lugares previamente reservados. Os convidados escolhem seu menu no bar do restaurante e depois são conduzidos a seus lugares onde degustam o prato escolhido como em qualquer outro restaurante, porém, em total escuridão.

Nenhum movimento é permitido sem o acompanhamento do pessoal do restaurante, nem mesmo ir ao toilette. Basta sinalizar que será acompanhado de porta à porta.

Algumas fotos do lugar e mais detalhes em francês, vocês encontram neste link.



Curioso? Estranho? Bizarro? Fantástico? Acho que tudo isso ao mesmo tempo, pois perceber a sensação de uma pessoa cega e ao menos viver esta experiência por alguns minutos, pode transformar o modo de pensar de muitos.

9.11.04

Acontecimentos e poesia...


Não tenho bens de acontecimentos.
O que não sei fazer desconto nas palavras.
Entesouro frases. Por exemplo:
- Imagens são palavras que nos faltaram.
- Poesia é a ocupação da palavra pela Imagem.
- Poesia é a ocupação da Imagem pelo Ser.
Ai frases de pensar!
Pensar é uma pedreira. Estou sendo.
Me acho em petição de lata (frase encontrada no lixo)
Concluindo: há pessoas que se compõem de atos, ruídos, retratos.
Outras de palavras.
Poetas e tontos se compõem com palavras.

Extraído de: "Retrato Quase Apagado em que se Pode Ver Perfeitamente Nada", de Manoel de Barros, no livro "O Guardador de Águas".

7.11.04

Um domingo nublado...

(Marie) - Assopre a vela Pierrot e faça um pedido!
(Pierrot) - ...
(Marie) - Agora é minha vez!
(Paul) - Ninguém pergunta a ele qual foi o pedido? Qual foi seu pedido, Pierrot?
(Pierrot) - Eu quero ser um carrasco.
(Marie) - Carrasco? Você é bobo?
(Paul) - Por que quer ser um carrasco, Pierrot?
(Pierrot) - Porque ele usa aquela coisa sobre a cabeça e ninguém vê seu rosto... Ninguém sabe quem ele é... Ninguém o reconhece na rua...

Cena do filme Um assunto de mulheres (Une affaire de femmes), 1988, de Claude Chabrol, com Isabelle Huppert, François Cluzet e Marie Trintignant. Marie e Paul são os pais de Pierrot que tem uns 6 anos de idade.

Claude Chabrol dirige Isabelle Huppert, como Marie Latour, uma mulher que vive com dois filhos na França ocupada pelos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. Um dia, Marie ajuda sua vizinha a fazer um aborto. Com o resultado positivo do procedimento e, diante das dificuldades financeiras que sua família enfrenta, passa a ganhar dinheiro fazendo outras cirurgias dessa natureza, até ser denunciada.

Um belo e forte drama sobre a fragilidade humana... bom de rever num domingo como hoje.




5.11.04

Oh dia, oh céus...

1.11.04

Futuro...


Mirar (L'enfant)

Olhos que perscrutam
No porvir, a esperança
Paz, amor e vida: sussurram
Ingenuidade de criança.

Mas o que refletem na verdade?
A nudez de uma dura realidade.

Mas o que refletem neste instante?
A crueza de uma violência constante.

Mas o que refletirão no futuro:
A incongruência de humanas atitudes
Ou a certeza do tempo perdido amiúde?