Bombonière Delikatessen

Guloseimas e pensamentos...

26.10.04

Jeunet encore...

Novamente, as pessoas têm me perguntado porque escolhi este nome para meu novo blog. Simples, o motivo é o mesmo que me levou a escolher o nome de meu antigo blog: uma forma de homenagear um diretor de cinema que considero fantástico, o francês Jean Pierre Jeneut.

Seu filme primeiro filme foi justamente o Delicatessen (91), depois veio La cité des enfants perdus (95), Alien - A Ressureição (97 – que é melhor ser esquecido) e O fabuloso destino de Amélie Poulain(2000).

Quem viu Delicatessen e La cité, já foi apresentado ao universo quase doentio de personagens e ambientes de Jeunet, sempre margeando e flertando com o delírio. Também já conhece a estética do diretor, que usa e abusa de alguns elementos: uma aspecto retrô, uma certa sujeira no ambiente, a pobreza e atores/atrizes que se repetem a cada aventura cinematográfica (eg.: Dominique Pinon, Audrey Tatou) e a simplicidade quase óbvia e aparente das histórias. E neste caso, cabe um comentário suplementar: podemos ter a impressão de assistirmos um filme quase infantil, mas que, mas as ligações dos acontecimentos e das personagens logo nos leva a argumentos surpreendentemente complexos. Assim é Jeunet.
Obs: apesar de eu ter citado o filme Alien IV, pq ele realmente foi o realizador, sugiro que esqueçam esta bobagem, pois ele perdeu a mão feia nesta produção.

Bom, este meu post tem um outro objetivo, além de apresentar Jeunet: falar do seu mais recente filme que será lançado oficialmente amanhã, dia 27/10, na França. Un Long Dimanche de Fiançailles (ainda sem título em português), com a Audrey Tatou (a doce Amélie) novamente.

Abaixo colei o pôster e um link, onde vocês terão acesso à página do filme, com o trailer e fotos maravilhosas. Vale a pena assistí-lo, pois é lindo e vale a pena vê-las.



Agora só me restará ficar no aguardo do lançamento aqui no país, para correr à fila de ingressos.

Aqui o site oficiel de Jeunet.

24.10.04

Varejo...


21.10.04

Sensações...


17.10.04

Orgulhosamente caipira...

Caipira que sou, sempre fui um admirador da música caipira. Nunca gostei da música chamada sertaneja, pois penso que ela foge do contexto folclórico e histórico que envolve a música raiz. Além de ter imenso apelo comercial, não agrega valor à música brasileira e pior, ainda joga na vala comum, um gênero extremamente rico em melodias, acordes e letras.

A vida do Pescador (Matogrosso e Mathias)

Vou fazer o meu ranchinho na beira do rio só pra mim pescar
Pra fugir do barulhão da cidade grande pra não estressar
La eu fico a vontade jogo um farelinho pra cevar o poço
Até esqueço que no banco eu to atolado até o pescoço

Ai como é difícil a vida do pescador
de noite ele enrosca o anzor na gaiada da taboca
De dia ele queima no sor dando banho na minhoca

Levanto de madrugada pego a minha enxada e começo a cavar
Mais é pra rancar minhoca pra fisgar uns bagres pra nois armoçar
Depois ranco umas mandiocas e jogo na água pelas estragar
Pra cevar peixe graúdo eu faço de tudo pra não trabalhar

Vou chamar o Anizião um caboco bão pra tarrafiar
Ele da uma tarrafiada que precisa quatro pra poder puxa
Dias desses la no corgo ele apichou a sua tarrafinha
Pegou cinco jiripoca uma onça parda e dezoito galinha

Tudo aqui no meu ranchinho é bem simplesinho eu falar pro "ceis"
É um farturão danado nois pega douradoe sorta outra vez
A pexaiana miúda nois tem uma vara que é pra comparar
Se não der um metro e meio nois sorto os bichinho preles miora

Quando vai escurecendo nois vorta pro rancho é hora de jantar
Um arroz com cambuquira um franquinho caipira que é pra variar
Depois nois ferra no truco joga umas partidas que é pra relaxar
Ai nois vai dormir tranqüilo pra no outro dia nois vorta pescar.

15.10.04

Hoje!


12.10.04

Teia...


6.10.04

Verdades e mentiras...

Este poema de Neruda me seguiu por longo tempo nos últimos tempos...

Áspero amor, violeta coroada de espinhos,
cipoal entre tantas paixões eriçado, lança das dores,
corola da cólera, por que caminhos
e como te dirigiste a minha alma?
Por que precipitaste teu fogo doloroso, de repente,
entre as folhas frias do meu caminho?
Quem te ensinou os passos que até mim te levaram?
que flor, que pedra, que fumaça mostraram minha morada?
O certo é que tremeu noite pavorosa,
a aurora encheu todas as taças com teu vinho
e o sol estabeleceu sua presença celeste,
enquanto o cruel amor sem trégua me cercava,
até que lacerando-me com espadas
e espinhos abriu no coração um caminho queimante.

Mas quando caem máscaras e descobrem-se véus, o que me resta é um outro poema do mesmo Neftáli, em seus últimos sonetos...

Se cada dia cai

Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.
há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência.

1.10.04

Primeiro Mundo?

Pois é, Altinópolis, uma pequena cidade do interior paulista com cerca de 15 mil habitantes e localizada próxima a Ribeirão Preto, foi 1ª página do caderno Horizons, do jornal francês, Le Monde, na edição on line desta sexta feira, dia 01/10 e será veiculada na edição impressa de amanhã, dia 02/10.

O título da matéria é: Altinopolis, une utopie bresilienne (Altinópolis, uma utopia brasileira). Em resumo, a matéria aborda o fato de uma pequena cidade como Altinópolis colocar em prática uma orientação da ONU datada do ano 2000: introduzir a Educação para a Paz nas escolas municipais, às crianças. Segundo os moradores o resultado tem sido ótimo, após 4 anos de execução, e segundo os relatórios e que toda a comunidade está vivendo em maior harmonia desde então.

Para quem é francófono, a matéria completa está aqui, aos demais, peço desculpas, mas não tive tempo de traduzir, mas com certeza tal assunto acabará sendo veiculado na mídia brasileira nos próximos dias (ao menos eu espero que seja).

Em todo caso vale a reflexão: enquanto alguns tentam ensinar a paz para uma vida melhor, muitos idiotas pensam em guerras, retaliações, atos terroristas etc. Gosto das palavras do atual prefeito da cidade, Dr. Carlos Ernani:

"Oras, se existe dinheiro para a guerra, porque será impossível de conseguí-lo para a paz?
A utopia não é o 'irrealizável', mas o que falta a ser realizado."




Até mais...

Enigmático?

"O botão desaparece na flor que desabrocha, como se ela o negasse, da mesma forma, o fruto coloca-se em lugar dela como se a existência da flor fosse falsa. Essas formas não apenas diferem, mas rejeitam-se como incompatíveis. Porém não só não se contradizem, como uma é tão necessária quanto a outra, e significa a vida do todo." Hegel