Bombonière Delikatessen

Guloseimas e pensamentos...

31.1.05

Dia do mágico...

...sim salaviu biu biu
e o post sumiu...

29.1.05

Ciência moderna...

Depois de uma semana cheia de trabalho, mas com um final muito bom. Campanha de um dos clientes aprovada, a do outro, em fase final de ajustes, enfim tive tempo para visitar os blogs amigos e postar algo. Mas ao fazer minhas leituras deparo com esta notícia no NYT:
"Pesquisadores da universidade de Wake Forest divulgaram nesta semana os resultados de um estudo segundo o qual as mulheres em idade avançada que bebem moderadamente, até mesmo todo dia, estão menos expostas a sofrer uma deterioração de suas capacidades mentais do que aquelas que nunca consomem álcool."
Depois de ler a matéria completa, até desisti de pensar em outro post... melhor deixá-los com o texto da Raq Afonso no 02 Neurônios:

25.1.05

Muitas coisas a falar...

- 451 anos de São Paulo
- Prejuízo da Petrobrás
- Aerolula
- “Emburrecimento” do Ensino Brasileiro
- Saudação facista de Paolo di Cannio
- Preconceito contra os jogadores negros na Espanha
- Le Pen falando besteiras na França
- 60 anos de Auschwitz…

Mas irei me calar e ouvir duas músicas que calam no coração...

Learn to be lonely - Andrew Lloyd Webber, in O Fantasma da Ópera
Child of the wilderness

Born into emptiness
Learn to be lonely
Learn to find your way in darkness
Who will be there for you
Comfort and care for you
Learn to be lonely
Learn to be your one companion
Ever dreamed out in the world
There are arms to hold you?
You've always known
Your heart was on its own
So laugh in your loneliness
Child of the wilderness
Learn to be lonely
Learn how to love life that is lived alone
Learn to be lonely
Life can be lived
Life can be loved
Alone

Vois sur ton cheminBruno Coulais e Christophe Barratier, in Os coristas
Vois sur ton chemin

Gamins oubliés égarés
Donne leur la main
Pour les mener
Vers d'autres lendemains
Sens au coeur de la nuit
L'onde d'espoir
Ardeur de la vie
Sentier de gloire
Bonheurs enfantins
Trop vite oubliés effacés
Une lumière dorée brille sans fin
Tout au bout du chemin
Sens au coeur de la nuit
L'onde d'espoir
Ardeur de la vie
Sentier de la gloire

24.1.05

Mídias...

23.1.05

Presente e Presentes...

Ganhei um delicioso presente no Natal de 2004! Um livro chamado: O Retorno e Terno Crônicas, de Rubem Alves. Tenho me deliciado com ele, mas em vez de lê-lo de uma única vez, tenho lido com calma...um crônica por vez e tentado refletir. Rubem escreve de maneira maravilhosa e nos penetra a alma. Podemos concordar ou não com o que ele escreve, mas não ficamos inertes.

Deixo abaixo um texto do autor, não do livro citado, mas um trecho de um artigo dele que li na net, na página do UOL, há um bom tempo...

Aperitivos
1.
“Analfabeta não é a pessoa que não sabe ler. É a pessoa que, sabendo ler, não gosta de ler.“ (Quem foi que disse isso? Acho que foi o Mário Quintana).
2. A menininha de 9 anos me explicou como as crianças na sua escola aprendiam a ler: “Aqui na Escola da Ponte não aprendemos letras e silabas. Só aprendemos totalidades...“
3. Os compositores colocam em suas partituras indicações para orientar o intérprete: lento, presto, adagio, alegretto, forte, piano, ralentando. Os escritores deveriam fazer o mesmo com seus textos. Há textos que devem ser lidos lentamente, expressivamente, tristemente. Outros que exigem leveza, rapidez, riso. O leitor experiente não precisa dessas indicações. Mas elas poderiam ajudar os principiantes.
4. “Mais valem dois marimbondos voando que um na mão“ (Almanak do Aluá).
5. Graciliano Ramos relata que, quando menino, na escola lhe ensinaram um ditado: “Fale pouco e bem e ter-te-ão por alguém“. Ele repetia o ditado mas ficava com uma dúvida: “Quem será esse ‘Tertião’?“

22.1.05

Dia de sábado

Um dos primeiros textos de Vinícius que li foi esse. Ainda moleque, confesso que não entendi nada do que ele queria dizer, mas que me atiçou a curiosidade para conhecer mais e mais peças do autor. Engraçado é que só bem depois, fui reconhecer a assinatura do Vinícius em outros textos que eu amava... Pois é... Esse cara era demais em qualquer dia da semana.

"Porque hoje é sábado, comprei um violão para minha filha Susana, a fim de que ela aprenda dó maior e cante um dia, ao pé do leito de morte de seu pai, a valsa "Lágrimas de dor", de Pixinguinha – e seu pai possa assim cerrar para sempre os olhos entre prantos e galgar a eternidade ajudado pela mão negra e fraterna do grande valsista...
Porque hoje é Sábado, desejarei ser de novo jovem e tremer, como outrora, à idéia de encontrar a mulher casada, de pés de açucena; desejarei ser jovem e olhar, como outrora, meus bícepes fortes diante do espelho...
Porque hoje é Sábado, desejarei estar num trem indo de Oxford para Londres, e à passagem da estação de Reading lembrar-me de Oscar Wilde, a escrever na prisão que o homem mata tudo o que ele ama...
Porque hoje é Sábado, desejarei estar de novo num botequim do Leblon, com meu amigo Rubem Braga, ambos negros de sol e com os cabelos, ai, sem brancores; desejarei ser de novo moreno de sol e de amores, eu e meu amigo Rubem Braga, pelas calçadas luminosas da praia atlântica, a pele salgada de mar e de saliva de mulher, ai...
Porque hoje é Sábado, desejarei receber uma carta súbita, contendo sobre uma folha de papel de linho azul a marca em batom de uns grossos lábios femininos, e ver carimbado no timbre o nome Florença...
Porque hoje é Sábado, desejarei que a lua nasça em castidade, e que eu a olhe no céu por longos momentos, e que ela me olhe também com seus grandes olhos brancos cheios de segredo…
Porque hoje é Sábado, desejarei escrever novamente o poema sobre o dia de hoje, sentindo a antiga perplexidade diante da palavra escrita em poesia e como dantes, levantar-me com medo da coisa escrita e ir olhar-me ao espelho para ver se eu era eu mesmo...
Porque hoje é Sábado, desejarei ouvir cantar minha mãe em velhas canções perdidas, quando a tarde deixava um alto silêncio na casa vazia de tudo que não fosse sua voz infantil...
Porque hoje é Sábado, desejarei ser fiel, ser para sempre fiel; ser com o corpo, com o espírito, com o coração fiel à amiga, àquela que me traz no seu regaço desde as origens do tempo e que, com mãos de pluma, limpa de preocupações e angústia a minha fronte imensa e tormentosa..."

18.1.05

Sem peso na consciência...

Quando era pequenino, minha mãe me fazia arrumar a cama após levantar. Depois cresci e casei e aí, a esposa me pedia para ajudá-la a arrumar a cama. Me separei e passei a morar sozinho e nunca mais arrumei a cama, a não ser para receber alguma visita. Acordo pela manhã e vou para meu banho, pronto... sigo a rotina diária e a cama lá fica desarrumada.
Mas confesso que me acompanhava uma pequena culpa por não fazer o que minha mãe havia ensinado. Mas agora, me sinto liberto. Por isso que adoro a Ciência!

Cama desarrumada pode combater ácaros, diz estudo
"Deixar de arrumar a cama pela manhã pode, na verdade, ajudar a combater os ácaros da poeira doméstica, que podem causar asma e outras alergias, sugere estudo.Uma pesquisa da Universidade de Kingston, em Londres, revelou que os ácaros não conseguem sobreviver no ambiente quente e seco encontrado em uma cama desarrumada.Uma cama pode ter, em média, até 1,5 milhão de ácaros.”

Leiam a notícia completa neste link.

12.1.05

Teia abusada...


10.1.05

Criatividade...

Eu fico abestalhado com a capacidade criativa dos artistas... simplesmente maravilhoso! Esculturas expostas no 21º Festival da Neve e do Gelo, em Harbin, na China.


7.1.05

Teia...

4.1.05

Retorno...

Após um período de descanso quase idílico, parece que a inspiração resolve dar as caras...

Pensamentos Soltos (L'Enfant)

“Nem mesmo a chuva tem mãos tão pequenas...”

Zeca Baleiro cantava no cd-player... seu pensamento voava para uma época diferente do agora. Sobre o espelho d’água do lago, a lua se refletia, com ar onipresente na noite fresca daquela primavera. Sentada à varanda da casa, sentindo a brisa e olhando o espetáculo no belo horizonte, veio-lhe de repente uma lembrança pendurada no canto de um sorriso leve: o seu primeiro momento de embriaguez. Houve outros depois, mas aquele seria inesquecível, pela forma em que aconteceu. Fora desejado, quase planejado meticulosamente, desde as indiretas até a escolha do vinho.
Naquela noite, alguns planos foram alterados. Não iriam mais sair para se divertir. Percebera que ele não era de grandes festas, aquela comemoração seria somente a dois. Ela se sentia alegre, mas pensativa. Muitas coisas passavam em sua cabeça. Relembrava tudo o que vivera naquele ano, desde os bons momentos da mudança de ares, até as negativas de apoio dos novos amigos. Enfim fora um ano terrível, uma mistura dolorida de alegrias e decepções, sucesso e derrotas, encontros e desencontros...
Mas naquela noite, não estava a fim de chorar de tristeza e nem de reclamar. Queria apenas a alegria ao seu lado. E assim começaram a tomar o vinho. Sem hora certa, sem método certo, sem rapapés, apenas o brinde tradicional, a cor rubra do líquido nas taças, o sorriso fácil dos dois e era desta forma que queria se embriagar. Seria sua primeira vez, apenas isso, a sua primeira vez.
Algumas pessoas dizem que, quando se embriagam não recordam do que fizeram ou pelo que passaram. Não era assim para ela. Sorvido avidamente no início, o vinho esquentava sua face, fazendo-a mais corada. O seu riso sempre fácil, desta vez tornara-se constante, não se despregando do seu rosto. O tempo avançava lentamente, parecia que nunca chegaria a hora do novo brinde, mas enquanto isso, pedia que ele enchesse sua taça mais vezes.
Na medida em que a garrafa esvaziava, seu calor e seu desejo aumentavam. A música alegre da noite invadia seus ouvidos, seu corpo tremia e dançava ansioso. Aos poucos, os dois foram se soltando. Seus toques ficaram mais ousados, seus lábios se tocaram, seus desejos afloraram de vez. Ela estava embriagada, mas ainda era capaz de lembrar da mão quente que lhe arrancava suspiros e arrepios. Do peso do corpo dele sobre o seu. Das bobagens faladas e dos gemidos gritados. Do gozo estendido em inúmeros ais e do seu sorriso malicioso pedindo a ele, que fizesse mais.
“Minha cabeça gira mais que um cata-vento...” dizia-lhe. Imagem infantil esta, mas ela estava embriagada, não raciocinava, apenas sentia. Era sua primeira embriaguez. Desejada, arquitetada, ao lado de quem queria, como queria. Estava pouco ligando para o que acontecia lá fora. Tantas mazelas e alegrias aconteciam no mundo naquele momento, mas ela só queria estar insana e bêbada ao lado dele. Gozando e sorrindo.
De certo modo, isso delimitava a mudança que estava lhe acontecendo. Mudança de vida, de estilo, de pensamento e de atitude. Sabia que o ano fora complicado e que os acontecimentos vivenciados a mudariam para sempre. Nunca mais aquele olhar ingênuo sobre as coisas e seres seria retomado. Sempre haveria uma dúvida por trás de todo sim dito e ouvido. Sempre haveria a desconfiança... Mas era a vida enfim, saíra de sua casca e estava no mundo para viver e aprender. Como aprendera com as pedras do caminho neste ano. Saberia contornar as que encontrasse pela frente, a partir de então.
Mas naquele momento, só queria curtir sua embriaguez, seu desejo solto, seu gozo fácil e o carinho quente dele. Na noite estrelada, fogos ecoavam e a lua já era onipresente naquele céu. A vida continua...