Bombonière Delikatessen

Guloseimas e pensamentos...

29.6.05

Justiça...

Suzane Von Richthofen solta, apesar de ser acusada de ter premeditado e executado o assassinato de seus pais(ela confessou o crime)... Se isso não for perigoso, o que é então?

O promotor Tales Ferri Schoedl consegue relaxamento da prisão, apesar de ter disparado 11 tiros, matado um jovem chamado Diego e ter acertado 4 tiros em outro jovem, e isso por ter ciúmes da namorada (ainda dão arma para um imbecil destes). E como promotor com cargo vitalício a partir de setembro, somente poderá ser julgado por seus pares num tribunal especial (isso me cheira a corporativismo).

Com casos parecidos a estes, mais as rebeliões e fugas das prisões, policiais corruptos, vocês acham que algum bandido vai se temer ser preso? Que nada, continuarão a surgir casoso como o da dupla que assaltou um posto de gasolina em Cotia hoje: matam um guarda civil com 15 tiros e deixam um outro ferido.

Segundo um estudo da Unesco, o número de jovens brasileiros mortos por armas de fogo subiu 416% entre 1979 e 2003. Pôxa, sou cidadão e penso que mereço respeito. Por que estes governantes não dão um basta nisto tudo? Por que tratam assim uma população tão sofrida?

Não há como combater o crime sem punição aos culpado. Não significa isentar de um julgamento limpo, mas precisamos dizer NÃO à impunidade.

Chega! Basta!

Violência não se combate com impunidade.
Corrupção não se combate com impunidade.
Roubos e furtos (inclusive do erário público) não se combatem com impunidade.

Em tempo e mudando de bosta para merda, a pergunta que não quer calar - Por onde, neste imenso país, encontra-se a boiada de 40 mil reses do sr. Marcos Valério???

28.6.05

Español...

Conforme seu pedido, cara Rubia, coloco uma música em espanhol, mesmo não sendo uma música espanhola:

Al otro lado del río (Jorge Drexler)

Clavo mi remo en el agua
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz
al otro lado del río

El día le irá pudiendo
poco a poco al frío
Creo que he visto una luz
al otro lado del río

Sobre todo creo que
no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima
y yo, soy un vaso vacío

Oigo una voz que me llama
casi un suspiro
Rema, rema, rema-a
Rema, rema, rema-a

En esta orilla del mundo
lo que no es presa es baldío
Creo que he visto una luz
al otro lado del río

Yo muy serio voy remando
muy adentro sonrío
Creo que he visto una luz
al otro lado del río

Sobre todo creo que
no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima
y yo, soy un vaso vacío

Oigo una voz que me llama
casi un suspiro
Rema, rema, rema-a
Rema, rema, rema-a

Clavo mi remo en el agua
Llevo tu remo en el mío
creo que he visto una luz
al otro lado del río

25.6.05

Contrastes...

Para refletir ou se horrorizar:

Discman = R$ 199,00
Pilhas alcalinas= R$ 4,50
Suco de fruta = R$ 2,50

Ouvir ao vivo, um assalto ao jogador Roberto Carlos, durante sua entrevista por celular em um programa de esportes na Jovem Pan, não tem preço e nem custo, só a vergonha de ser brasileiro e o sentimento de impotência total.

Ah, e conforme prometido para minha amiga Monica, uma música francesa*:

Chagall

Tous les animaux et les candélabres
Le violon-coq et le bouc-bouquet
Sont du mariage

L'ange à la fenêtre où sèche le linge
Derrière la vitre installe un pays
Dans le paysage

Mon peintre amer odeur d'amandes

Les danseurs ont bu le grand soleil rouge
Qui se fera lune avant bien longtemps
Sur les marécages

Et le cheval-chèvre assis dans la neige
Aimerait parler avec les poissons
Qui sont trop sauvages

Mon peintre amer odeur d'amandes

Le peintre est assis quelque part dans l'ombre
A quoi rêve-t-il sinon des amants
Sur leur beau nuage

Au-dessus des toits à l'horizontale
Dans leurs habits neufs avant d'être nus
Comme leurs visages

Mon peintre amer odeur d'amandes

Marchez sur les mains perdez votre tête
Le ciel est un cirque où tout est jonglé
Et le vent voyage

Tous les animaux et les candélabres
Le violon-coq et le bouc-bouquet
Sont du mariage

Mon peintre amer odeur d'amande

* na verdade, é um poema de Aragon para o quadro " Le village en fête" de Marc Chagall, musicado por Jean Ferrat e gravado no CD Aragon 2, de 1994, que tem uma reprodução desta pintura no seu interior.

24.6.05

Quermesse...

Hoje não vou falar de política por dois motivos:
1) estou enojado vendo a lama sair por todos os orifícios de nosso Congresso
2) e hoje é dia de São João

Neste dia, todos os anos, havia quermesses com barracas de pescaria e argolas, pau de sebo, leilão de prendas, fogueiras, quadrilhas, bandeirolas por todo o pátio da igreja. Era uma diversão ver meus amigos e amigas vestidos de caipiras com pintas e bigodes falsos, além da roupa xadrez e o chapéu de palha.

Lembro disso com muita saudade da minha infância e da adolescência, na cidade pequena, no interior paulista e ainda hoje curto com prazer as velhas cantigas...

Cai, cai balão

Cai, cai balão
Cai, cai balão
Aqui na minha mão
Não cai não,
Não cai não, não cai não
Cai na rua do sabão...

Sonho de papel

O balão vai subindo
Vem caindo a garoa
O céu é tão lindo
E a noite é tão boa
São João, São João
Acende a fogueira
No meu coração...

Capelinha de melão

Capelinha de melão
É de São João
É de cravo, é de rosa
É de manjericão.
São João está dormindo
Não me ouve não
Acordai, acordai
Acordai, João...

Pula a fogueira

Pula a fogueira, Iaiá
Pula a fogueira, Ioiô
Cuidado para não se queimar
Olha que a fogueira
Já queimou o meu amor...

Isto é Lá Com Santo Antônio - Lamartine Babo

Eu pedi numa oração
Ao querido São João
Que me desse um matrimônio
São João disse que não!
São João disse que não!
Isto é lá com Santo Antônio!
Eu pedi numa oração
Ao querido São João
Que me desse um matrimônio
Matrimônio! Matrimônio!
Isto é lá com Santo Antônio!
Implorei a São João
Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo Antônio
São João ficou zangado
São João só dá cartão
Com direito a batizado
Implorei a São João
Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo Antônio
Matrimônio! Matrimônio!
Isso é lá com Santo Antônio!
São João não me atendendo
A São Pedro fui correndo
Nos portões do paraíso
Disse o velho num sorriso:
Minha gente, eu sou chaveiro!
Nunca fui casamenteiro!
São João não me atendendo
A São Pedro fui correndo
Nos portões do paraíso
Matrimônio! Matrimônio!
Isso é lá com Santo Antônio

20.6.05

Esportes...

Dois comentários sobre o fim de semana esportivo:

- Pedala Rubinho, pedala.

- A Seleção Brasileira de Volêi só conseguiu ganhar em Brasília, porque usou um veículo 4x4 para se locomover. Havia muita lama.

De resto, me calo por enquanto e deixe-me ir para a reunião...

15.6.05

Retrato...

Charge do Correio Popular de Campinas.

13.6.05

Há tempos...

...que não posto decentemente por aqui. Mas neste final de semana, ao ver uma reportagem especial sobre a decadência do Memorial da América Latina, comparei-a com a situação vivida por outros museus e isto me remeteu a uma situação contada no livro Vinho e Guerra, de Petie e Don Kladstrup (a história do vinho na França durante a Segunda Grande Guerra). Num determinado momento, após o fim da guerra, um pessoal começa a destruir um pórtico estupendo de um Chateau que fora construído em honra ao Marechal Pétain(colaboracionista dos nazistas), alguns dos vignerons sumiram com uma das colunas do portão e dela fizeram um monumento em seu Chateau para preservação da memória da guerra, baseados na seguinte idéia: a História se olha para frente, para a construção de um mundo melhor e não destruindo as provas dos erros passados.

Achei curiosa esta idéia. E hoje lendo a folha me deparo com este texto do Mário Cesar. Nós também ignoramos nossa História e da forma mais ignóbil possível... Leiam e vejam se estou errado em continuar indignado com este país que parece ter morrido (sic).

A MORTE DO MASP - Mário Cesar Carvalho

O Masp (Museu de Arte de São Paulo) não recebeu nem um centavo de doadores privados neste ano. Talvez por isso sejam reveladoras as fotos em que Julio Neves, o presidente do museu, aparece sorrindo na inauguração da Daslu, cujo prédio foi projetado pelo arquiteto.As fotos são reveladoras porque expõem cruamente o muro que separa os novos ricos do universo da arte: os que pagam R$ 4 mil por uma saia ou R$ 8 mil por um terno acham que não vale a pena dar um centavo para o Masp ou para qualquer outro museu.A ascensão meteórica da Daslu e a morte lenta do Masp parecem fazer parte de um mesmo fenômeno: aquele em que a elite paulistana abandona completamente a esfera pública, o espaço de convívio com os diferentes, para se isolar em bunkers como o que abriga a Daslu.
Museus são um dos melhores indicadores da predisposição da elite para dividir um de seus bens mais valiosos: a arte. É por isso que o Brasil dos anos 70 assustava os artistas estrangeiros. Como pode um país tão pobre oferecer obras primas de Van Gogh, Cézane e Modigliani num prédio que é, ele próprio, um assombro modernista?Esse país parece ter acabado. Desde outubro de 1994, quando derrotou José Mindlin por um voto (22 a 21), Neves promove um processo de desmonte do Masp. Trocou o piso, aposentou os cavaletes de vidro e concreto, levantou paredes e criou uma sala VIP. Por incrível que pareça, ninguém fez nada _o Patrimônio Histórico, o Ministério Público, os artistas, os colecionadores, os críticos. Neves extrai suas forças desse vácuo: há dez anos ele está na presidência do Masp.Neves trata o prédio de Lina Bo Bardi (1914-1992) como se fosse mais uma obra dele. Não é por capricho que se quer manter os cavaletes de vidro e o piso básico do Masp. Eles narram as opções de Lina por um modernismo seco, sem adereços. Refletem as escolhas políticas da arquiteta. Lina era comunista e, no período mais negro da ditadura militar, em 1968, emprestava o canteiro de obras do Masp para Carlos Marighela, um dos guerrilheiros mais procurados, fazer reuniões da Aliança Libertadora Nacional.
Neves, amigo de infância de Paulo Maluf, não se contenta em desfigurar o museu. Quer colocá-lo à sombra de uma torre de 125 metros de altura projetada por ele. O próprio arquiteto apelidou o projeto com o inacreditável nome de 'pirocão'. A justificativa jeca para a altura é que do topo da torre daria para ver o mar em dias claros. A torre, na visão de Neves, ajudaria a levantar recursos para o Masp. O arquiteto não consegue mostrar decentemente o melhor acervo da América Latina e quer mostrar o mar? Na escala Neves, uma torre parece valer mais do que um Rafael ou um Ticiano.
Parece inacreditável, mas há tucanos lotados na administração do prefeito José Serra (PSDB) que apóiam a construção da torre. Não percebem, talvez, que o museu corre o risco de virar uma extensão dos negócios imobiliários de Neves.
Essa história melancólica parece sinalizar o nascimento de uma nova era, na qual a elite privatiza bens públicos, como os museus, ou transforma-os em acessório de seus negócios. É o custo da ignorância, não dos pobres, mas dos que estão no topo da pirâmide econômica. Como não há mecenato no país, os museus viraram a casa da sogra.

6.6.05

Oras bolas...

Um amigo me perguntou porque ando postando pouco por aqui. Nem penso que seja pouco, mas confesso que ando meio desanimado com certas coisas que andam acontecendo por aí. Vejam alguns exemplos de manchetes dos jornais e revistas desta segunda (listados abaixo). Agora, se não for isso, deve ser o inferno astral mesmo.

Roberto Jefferson (o mesmo que apoiava Collor em 91) acusa o PT de corrupção (o roto falando do miserável).
Daslu inaugura boutique ao lado da favela.
Festa da nova Daslu intoxica 15 garçons.
PT repudia em nota, as declarações de Jefferson sobre a corrupção das “Mesadas” (o salafrário falando do malandro).
Na gravação do Gerente do Ibama, ele afirma que assim como o Teleton do Silvio Santos, ele a esposa já estão quase lá (sic), se referindo a quanto ganha de propina para liberações de documentos.
Filho do Pelé é preso acusado de narcotráfico.
Meu salário não aumenta (isto não é manchete, mas me deixa de bolso vazio e saco cheio)


Enfim, melhor eu me calar mesmo... ao menos por enquanto.


PS: Peço desculpas aos amigos que têm comentado e não tem recebido minhas visitas, é apenas um reflexo do que escrevi acima. Logo volto ao normal.

2.6.05

Paulinho Tapajós...

"O compositor, cantor, produtor musical, escritor e arquiteto Paulinho Tapajós (Paulo Tapajós Gomes Filho) nasceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1945. É filho do compositor, cantor e radialista Paulo Tapajós, através de quem recebeu as primeiras noções de música, e de Norma Tapajós. Irmão do compositor Maurício Tapajós e da cantora Dorinha Tapajós.
Durante sua infância, costumava freqüentar o auditório da Rádio Nacional, emissora da qual seu pai era diretor artístico. Cresceu em um ambiente musical, convivendo desde menino com artistas como Emilinha Borba, Marlene e Radamés Gnatalli, entre outros, que costumavam freqüentar a casa de seus pais. Na adolescência, estudou violão com Léo Soares e Arthur Verocai, que veio a ser seu primeiro parceiro.
Paulinho iniciou sua trajetória artística no final da década de 1960, quando ainda cursava Arquitetura na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde se formou em 1971. Participou do "Música Nossa", projeto realizado com o objetivo de promover encontros entre compositores e cantores em espetáculos realizados no Teatro Santa Rosa, no Rio de Janeiro.
Em 1968, teve pela primeira vez registrada uma música de sua autoria: "Madrugada" (c/ Arthur Verocai), incluída no LP "Música Nossa" em gravação de Magda.
Entre 1968 e 1970, destacou-se como compositor premiado em diversos festivais de música, com destaque para sua participação no III Festival Internacional da Canção, no qual obteve o terceiro lugar, na fase nacional, com a canção “Andança” (c/ Edmundo Souto e Danilo Caymmi), hoje com mais de 200 gravações, e no IV Festival Internacional da Canção, no qual obteve o primeiro lugar na fase nacional e o primeiro lugar na fase internacional, com “Cantiga por Luciana” (c/ Edmundo Souto), hoje com quase 100 gravações."

Além das duas canções maravilhosas citadas no texto acima (retirado na íntegra do site do compositor), há uma em especial que adoro:

Sapato Velho - (Mu – Claudio Nucci – Paulinho Tapajós)

Você lembra, lembra?

Naquele tempo eu tinha estrelas nos olhos
Um jeito de herói
Era mais forte e veloz
Que qualquer mocinho de cow-boy
Você lembra, lembra?
Eu costumava andar bem mais de mil léguas
Pra poder buscar
Flores de maio azuis e os seus cabelos enfeitar
Água da fonte cansei de beber
Pra não envelhecer
Como quisesse roubar das manhãs
Um lindo pôr de sol
Hoje não colho mais as flores de maio
Nem sou mais veloz
Como os heróis
É, talvez eu seja simplesmente
Como um sapato velho
Mas ainda sirvo se você quiser
Basta você me calçar
Que eu aqueço o frio dos seus pés

Assim como esta, Paulinho Tapajós e parceiros, compuseram uma enormidade canções com letras e melodias simples e cativantes. Numa era de Kellys Keys e Latinos, babando o bundalelê do apê (apenas para ficar num exemplo trash que nos assola - saudades dos FEBEAPA do Sérgio Porto), parece-me que somente naquela época se podia falar de amor e sentimento com o coração (não o músculo) e não com os glúteos (sim, os músculos da bunda).


Penso que, quem puder ir até o SESC Pompéia ver o show não se arrependerá.

1.6.05

Ira!...

De tanto eu ouvir Ira! nesta quarta, me deu vontade de postar uma música deles...

Mais um ano que se passa, mais um ano sem você
Já não tenho a mesma idade, envelheço na cidade
Essa vida é jogo rápido para mim ou prá você
Mais um ano que se passa e eu não sei o que fazer!

Juventude se abraça, faz de tudo pra esquecer
Um feliz aniversário para mim ou prá você...
Feliz aniversário - envelheço na cidade
Feliz aniversário - envelheço na cidade
Feliz aniversário - envelheço na cidade
Feliz aniversário

Meus amigos minha rua, as garotas da minha rua,
Não os sinto, não os tenho... mais um ano sem você!
As garotas desfilando, os rapazes a beber
Já não tenho a mesma idade, não pertenço a ninguém


Juventude se abraça, faz de tudo pra esquecer
Um feliz aniversário para mim ou prá você...
Feliz aniversário - envelheço na cidade
Feliz aniversário - envelheço na cidade
Feliz aniversário - envelheço na cidade