Bombonière Delikatessen

Guloseimas e pensamentos...

28.3.05

Poèsie Française...

Comme un bateau prend la mer Jean-Pierre Rosnay

Je ne veux rien savoir

Rien écouter et rien entendre
J'élude le blanc et le noir
Et j'ignore le vert le plus tendre
Je ne veux ce soir rien comprendre
Mais te voir te boire et te prendre

Je te prendrai comme un bateau prend la mer

Je briserai les vagues
Je te prendrai comme un oiseau fend l'air
Je te prendrai comme on plante une dague
Je te prendrai
Comme un clochard arrache la monnaie aufond de sa sébile
Et comme mille avions bombardant une ville
Je te prendrai comme on puise à la source
Et comme le voleur dans le sang prend la bourse

Je te prendrai

Comme le jour qui balbutie entrouvre à demi la paupiére
Comme un moine dans sa priére
Comme un voyou lançant sa pierre
Je te prendrai comme on prend la sorcière
Je te prendrai comme on prendrait sa mére

Je te prendrai dans le coeur de ma main

Comme un enfant comptant ses billes
Ou peut-être au creux d'un chemin
Comme un garçon et une fille
Dans les senteurs du romarin

Je te prendrai mon doux chagrin


23.3.05

Imprensa... tsc, tsc...

As lesmas são moluscos gastrópodes das famílias dos limacídeos, de concha muito reduzida e oculta sob o manto, e dos vaginulídeos, desprovidos de concha. Também chamadas de tintureiro-das-pedras, vivem em lugares úmidos e alimentam-se exclusivamente de vegetais, causando danos a certas plantas cultivadas.

Manchete do jornal alemão Bild: Schumacher é uma lesma.

19.3.05

Sonho de consumo...

Life & Art - Maria Callas - lançamento da EMI

O DVD "Life & Art" traz um documentário homônico sobre a vida da mais famosa das sopranos, a americana naturalizada grega Maria Callas, e trechos de um concerto que ela fez em 1962, em Hamburgo, na Alemanha. O documentário de 75 minutos, produzido em 87, cobre com depoimentos de amigos, como o cineasta Franco Zeffirelli, entrevistas e apresentações da cantora registradas em vídeo e filme, os acontecimentos que marcaram a vida intensa de Callas, desde seu nascimento, em Nova York, sua carreira de sucesso pelas grandes casas de ópera e teatros do mundo, seu relacionamento com Onassis, e sua morte em Paris, aos 53 anos. O concerto de Hamburgo tem como destaques "La Habanera", da ópera "Carmen"; "Ernani, involami", da "Cenerentola", e a arrasadora "O don fatale", de "Don Carlo".

"...Citemos G. Bachelard: 'A Fênix dos poetas explode em palavras inflamadas, inflamantes. Está no centro de um campo ilimitado de metáforas. Uma tal imagem não pode deixar a imaginação tranqüila.' (Fragmentos da Poética do Fogo)... Carmen ao cantar a Habanera suscita muitas imagens, dentre elas a da liberdade..." (extraído de Revista de Cultura)

Habanera (Bizet)

L'amour est un oiseau rebelle
que nul ne peut apprivoiser
et c'est bien en vain qu'on l'appelle
s'il lui convient de refuser.

Rien n'y fait; menace ou prière,
l'un parle bien, l'autre se tait
et c'est l'autre que je préfère,
il n'a rien dit, mais il me plaît.

L'amour est enfant de Bohême,
il n'a jamais, jamais connu de loi;
si tu ne m'aimes pas, je t'aime;
si je t'aime, prends garde à toi...

L'oiseau que tu croyais surprendre
battit de l'aile et s'envola...
L'amour est loin, tu peux l'attendre
tu ne l'attends plus...il est là...

Tout autour de toi, vite, vite,
il vient, s'en va, puis il revient...

Tu crois le tenir, il t'évite;
tu crois l'éviter, il te tient.

L'amour est enfant de Bohême,
il n'a jamais connu de loi;
si tu ne m'aimes pas, je t'aime;
si je t'aime, prends garde à toi!...


Habanera (tradução livre)

O amor é um pássaro rebelde
que ninguém pode aprisionar,
de nada serve chamá-lo
pois só vem quando quer.
De nada servem ameaças ou súplicas,
um fala bem, o outro cala-se
é o outro que prefiro,
não disse nada, mas agrada-me.
O amor é filho da boêmia,
que nunca, nunca conheceu qualquer lei;
se não me amares, eu te amarei;
se eu te amar, toma cuidado!
O pássaro que julgavas surpreender
bateu asas e voou...
O amor está longe, podes esperá-lo
já não o esperas...aí está ele...
À tua volta, depressa, depressa,
ele vem, ele vai, depois volta...
Julgas tê-lo apanhado, ele te escapa;
julgas que te fugiu, ele agarra-te.
O amor é filho da boêmia,
que nunca conheceu qualquer lei.
Se não me amares, eu te amarei;
se eu te amar, toma cuidado!

14.3.05

14/03: Dia da Poesia...


Poeta, eu?

A poesia não é minha vida
Mas faz parte dela sim
Às vezes de forma desenxabida
Às vezes fortemente... enfim,
Não é, mas está dentro
Não inibe, mas alimenta
O ente que habita meu centro
E a seus fantasmas espaventa.
Estranho tudo isso
Nem sei o que escrevo agora
Mas tenho certeza disso:
Não sou louco, nem escravo, embora
Ame a poesia e os poetas...

13.3.05

Momento nostálgico...

Faz tempo que não escrevo por aqui, mas as coisas estão tão corridas no dia-a-dia, que mal tenho tempo de passar pela página, quem dirar escrever. Meus amigos blogueiros estão abandonados de minha leitura e comentários. Está impossível. E simplesmente passar sem ler e comentar adequadamente, me desculpem, mas não faço. E eles sabem.
Bom, enquanto não encontro tempo e inspiração para escrever, principalmente a segunda, vou colocando coisas lindas que adoro.
Estas duas músicas me recordam momentos deliciosos vividos. A primeira na adolescência ao lado de minha mãe e a segunda com os amigos da mocidade espírita. Segundo cantou o poeta, recordar é viver...
Bon dimanche a tout le monde!

Vide, vida marvada (Rolando Boldrin)

Corre um boato
Aqui donde eu moro
Que as mágoas que eu choro
São mal ponteadas
Que no capim
Mascado do meu boi
A baba sempre foi
Santa e purificada

Diz que eu rumino
Desde menininho
Fraco e mirradinho
A ração da estrada
Vou mastigando o mundo
E ruminando
E assim vou tocando
Essa vida marvada

É que a viola fala alto
No meu peito humano
E toda moda é um remédio
Pros meus desengano

É que a viola fala alto
No meu peito, mano
E toda mágoa é um mistério
Fora deste plano

Pra todo aquele que só fala
Que eu não sei viver
Chega lá em casa
Pruma visitinha
Que no verso e no reverso
Da vida inteirinha
Há de encontrar-me
Num cateretê
Há de encontrar-me
Num cateretê

Tem um ditado
Dito como certo
Que cavalo esperto
Não espanta a boiada
E quem refuga
O mundo resmungando
Passará berrando
Essa vida marvada

Compadi meu
Que inveieceu cantando
Diz que ruminando
Dá pra ser feliz
Por isso eu
Vagueio ponteando
E assim, procurando
A minha flor-de-liz

Um Violeiro Toca (Almir Sater & Renato Teixeira)

Quando uma estrela cai, no escurão da noite,
e um violeiro toca suas mágoas.
Então os olhos dos bichos, vão ficando iluminados
Rebrilham neles estrelas de um sertão enluarado

Quando o amor termina, perdido numa esquina,
e um violeiro toca sua sina.
Então os olhos dos bichos, vão ficando entristecidos
Rebrilham neles lembranças dos amores esquecidos.

Tudo é sertão, tudo é paixão, se o violeiro toca
A viola, o violeiro e o amor se tocam.

Quando um amor começa, nossa alegria chama,
e um violeiro toca em nossa cama.
Então os olhos dos bichos, são os olhos de quem ama
Pois a natureza é isso, sem medo, nem dó, nem drama.

8.3.05

Fim de dia especial...

Para terminar o dia internacional da mulher, nada melhor do que ouvir a voz maravilhosa de Mônica Salmazo em duo com o acordeom de Toninho Ferragucci, num show super intimista...

A violeira - Tom Jobim - Chico Buarque - 1983

Desde menina
Caprichosa e nordestina
Que eu sabia, a minha sina
Era no Rio vir morar
Em Araripe
Topei como chofer dum jipe
Que descia pra Sergipe
Pro Serviço Militar
Esse maluco
Me largou em Pernambuco
Quando um cara de trabuco
Me pediu pra namorar
Mais adiante
Num estado interessante
Um caixeiro viajante
Me levou pra Macapá
Uma cigana revelou que a minha sorte
Era ficar naquele Norte
E eu não queria acreditar
Juntei os trapos com um velho marinheiro
Viajei no seu cargueiro
Que encalhou no Ceará
Voltei pro Crato
E fui fazer artesanato
De barro bom e barato
Pra mó de economizar
Eu era um broto
E também fiz muito garoto
Um mais bem feito que o outro
Eles só faltam falar
Juntei a prole e me atirei no São Francisco
Enfrentei raio, corisco
Correnteza e coisa-má
Inda arrumei com um artista em Pirapora
Mais um filho e vim-me embora
Cá no Rio vim parar
Ver Ipanema
Foi que nem beber jurema
Que cenário de cinema
Que poema à beira-mar
E não tem tira
Nem doutor, nem ziguizira
Quero ver que é que tira
Nós aqui desse lugar
Será verdade
Que eu cheguei nessa cidade
Pra primeira autoridade
Resolver me escorraçar
Com tralha inteira
Remontar a Mantiqueira
Até chegar na corredeira
O São Francisco me levar
Me distrair
Nos braços de um barqueiro sonso
Despencar na Paulo Afonso
No oceano me afogar
Perder os filhos
Em Fernando de Noronha
E voltar morta de vergonha
Pro sertão de Quixadá
Tem cabimento
Depois de tanto tormento
Me casar com algum sargento
E todo sonho desmanchar
Não tem carranca
Nem trator, nem alavanca
Quero ver que é que arranca
Nós aqui desse lugar

Dia 08 de março...

Receita de Mulher - Vinícius Moraes, in Poesia completa e prosa: "Nossa Senhora de Paris.

"...Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se se fechar os olhos
Ao abri-los ela não mais estará presente
Com seu sorriso e suas tramas.
Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável."

Você encontrarão a poesia completa aqui

6.3.05

Dolcissima Maria...

Ando sem inspiração para escrever, então me garanto na música e na poesia. Abaixo o que ouvi em boa parte da viagem de hoje... o CD não saia desta faixa...
Canção de Franco Mussida, Flavio Franco Premoli e Mauro Pagani, interpretada por Renato Russo, em Equilíbrio Distante, CD de 1995, em italiano.

Dolce Maria
Dimentica i fiori dipinti dal tempo
Dopra il tuo viso, e gli anni andati via
Seduta ad aspettare
Una lunga, lunga via
Nessuna da incontrare...
Non voltarti più
E il giorno arriverà
Vestito di poesia
Ti parlerà di sogni
Che non ricordavi più
E ti benedirà
Dolcissima Maria
Dolce Maria
Dagli occhi puliti
Dagli occhi bagnati
È tempo di andare:
E presto sentirai
Profumo di mattino
E il tordo canterà
Volandoti vicino...
Non voltarti più
E qualcuno se vorrai
Vestito di poesia
Ti coprirà d'amore
Senza chiederti di più
E t'accarezzerà
Dolcissima Maria

Para quem não entende italiano, aqui segue a tradução:

Dulcissima Maria
Sentada a esperar
Um longo, longo caminho
Ninguém a encontrar...
Não volta a ti mais
E o dia chegará
Vestido de poesia
Falar-te-á de sonhos
Que não recordavas mais
E te abençoará
Dulcíssima Maria
Doce Maria
Dos olhos limpos
Dos olhos úmidos
É tempo de andar
E em breve sentirá
O perfume da manhã
E o tordo cantará
Voando próximo a ti...
Não volta a ti mais
E se alguém quiser
Vestido de poesia
Cobrir-te-á de amor
Sem a ti pedir de mais
E te acariciará
Dulcíssima Maria

2.3.05

O que é...

...felicidade?

Esta é a pergunta de uma matéria na revista Bons Fluidos do mês passado. O lead da matéria dizia:

"Quem não quer essa resposta? Para tentar sondar esse enigma, além dos principais centros de estudo do mundo, resolvemo consultar alguns verdadeiros sábios. E, acreditem, segundo eles a felicidade existe e está muito perto de você.
Um sorriso em troca de um sorvete, um abraço ou um beijo. As crianças são sábias quando conceituam, com simplicidade invejável, o que é a felicidade. No universo delas, a felicidade está em pequenos gestos, em uma partida de futebol com os amigos ou em uma refeição cheia de comida gostosas."

En bref, eu diria que, a resposta está na simplicidade de viver a vida. Vejam abaixo algumas respostas dos guris:

"Um dia de sol me deixa feliz e quando minha mãe me dá um monte de beijos porque beijo é bom. Mas o que eu mais gosto é de comer um prato de macarrão." Pedro Brandão Carreiro, 9 anos

"Se eu quero muito ir ao zoológico na sexta e se meus pais me levam no sábado, fico muito feliz. Também sinto felicidade quando dou risada e quando como batata frita e queijo quente. Eu amo! E também milk shake, que a mamãe faz, porque ela usa o liqüidificador." Giulia de Almeida Valadares, 5 anos.

"Felicidade é quando tomo um sorvete de limão e creme. Eu adoro sorvete! E também de brincar com os amigos da escola no parque. E também de dormir. E gosto de sexta-feria porque eu lancho na cantina da escola: como minipizza de queijo. E também porque depois da sexta-feira vêm o sábado e o domingo e não preciso ir à escola." Pedro Monteiro, 6 anos.


Pois é como sempre digo: esses pirralhos é que estão certos. Faço côro com os Pedros. Para finalizar, deixo a simplicidade dos versos de Adélia Prado, com uma constatação também infantil.

Solar

Minha mãe cozinhava exatamente:
arroz, feijão-roxinho, molho de batatinhas.
Mas cantava.

(Adélia Prado, in O coração disparado)