Bombonière Delikatessen

Guloseimas e pensamentos...

13.3.05

Momento nostálgico...

Faz tempo que não escrevo por aqui, mas as coisas estão tão corridas no dia-a-dia, que mal tenho tempo de passar pela página, quem dirar escrever. Meus amigos blogueiros estão abandonados de minha leitura e comentários. Está impossível. E simplesmente passar sem ler e comentar adequadamente, me desculpem, mas não faço. E eles sabem.
Bom, enquanto não encontro tempo e inspiração para escrever, principalmente a segunda, vou colocando coisas lindas que adoro.
Estas duas músicas me recordam momentos deliciosos vividos. A primeira na adolescência ao lado de minha mãe e a segunda com os amigos da mocidade espírita. Segundo cantou o poeta, recordar é viver...
Bon dimanche a tout le monde!

Vide, vida marvada (Rolando Boldrin)

Corre um boato
Aqui donde eu moro
Que as mágoas que eu choro
São mal ponteadas
Que no capim
Mascado do meu boi
A baba sempre foi
Santa e purificada

Diz que eu rumino
Desde menininho
Fraco e mirradinho
A ração da estrada
Vou mastigando o mundo
E ruminando
E assim vou tocando
Essa vida marvada

É que a viola fala alto
No meu peito humano
E toda moda é um remédio
Pros meus desengano

É que a viola fala alto
No meu peito, mano
E toda mágoa é um mistério
Fora deste plano

Pra todo aquele que só fala
Que eu não sei viver
Chega lá em casa
Pruma visitinha
Que no verso e no reverso
Da vida inteirinha
Há de encontrar-me
Num cateretê
Há de encontrar-me
Num cateretê

Tem um ditado
Dito como certo
Que cavalo esperto
Não espanta a boiada
E quem refuga
O mundo resmungando
Passará berrando
Essa vida marvada

Compadi meu
Que inveieceu cantando
Diz que ruminando
Dá pra ser feliz
Por isso eu
Vagueio ponteando
E assim, procurando
A minha flor-de-liz

Um Violeiro Toca (Almir Sater & Renato Teixeira)

Quando uma estrela cai, no escurão da noite,
e um violeiro toca suas mágoas.
Então os olhos dos bichos, vão ficando iluminados
Rebrilham neles estrelas de um sertão enluarado

Quando o amor termina, perdido numa esquina,
e um violeiro toca sua sina.
Então os olhos dos bichos, vão ficando entristecidos
Rebrilham neles lembranças dos amores esquecidos.

Tudo é sertão, tudo é paixão, se o violeiro toca
A viola, o violeiro e o amor se tocam.

Quando um amor começa, nossa alegria chama,
e um violeiro toca em nossa cama.
Então os olhos dos bichos, são os olhos de quem ama
Pois a natureza é isso, sem medo, nem dó, nem drama.