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Guloseimas e pensamentos...

2.4.05

Poesia Francesa...

Aqui segue, a pedidos, uma livre tradução desta poesia. Logicamente que haverá algum erro de interpretação, mas confesso que tenho certa dificuldade em traduzir para o português, certos sentimentos compreendidos em francês. Me perdoem. Alma, sinta-se à vontade para seus pitacos.

Como um barco sai para o mar (JP Rosnay)

Eu não quero de nada saber
Nada escutar e a nada entender
Eu negligencio o branco e o negro
E eu ignoro o verde mais terno
Nesta noite, nada quero compreender
Mas te ver, te beber e te prender.

Eu te prenderei como um barco sai para o mar
Eu cruzarei as ondas
Eu te prenderei como uma ave corta o ar em seu vôo
Eu te prenderei como se estoca uma adaga
Eu te prenderei
Como um mendigo aperta a moeda no fundo de seu chapéu
E como mil aviões bombardeando uma cidade
Eu te prenderei como a água da fonte
E como um ladrão com força segura a bolsa

Eu te prenderei
Como um dia que balbucia ao entreabrir seu olho
Como um monge em sua prece
Como o pagão lançando sua pedra
Eu te prenderei como se prende uma feiticeira
Eu te prenderei como uma criança agarra à sua mãe.

Eu te prenderei no coração de minha mão
Como uma criança contando suas bolinhas de gude
Ou talvez no meio de um caminho
Como um casal de jovens
Que está preso ao perfume do alecrim.

Eu te prenderei minha doce tristeza.