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Guloseimas e pensamentos...

18.2.07

Mas que calor...

Sempre gostei de marchinhas de carnaval. A mistura de malícia e ingenuidade era maravilhosa. Sem falar das evocações aos momentos políticos e culturais pelo qual passava o país quando eram escritas. Braguinha que morreu há poucos dias era um mestre na arte de criar marchas carnavalescas. Lamartine Babo, Zé Keti e Noel Rosa também eram ótimos. O povo cantava e dançava, de maneira leve e solta, sem cobranças, sem máculas, sem porralouquice, apenas por diversão.

Eu gostava de freqüentar bailes de carnaval nas minhas adolescência e juventude. Era divertido. A bagunça começava no sábado e terminava na terça. No clube da cidade, haviam 4 bailes e a turma ia a todos. Nos divertíamos muito e no máximo, um ou outro passava dos limites na bebida.

Ontem depois de muitos anos voltei a um baile de carnaval. As coisas mudaram muito eu sei, mas só fui neste por ser um "revival" dos bailes antigos. O foco eram as marchinhas antigas, pois novas ninguém mais compõe. Me diverti muito, dancei demais, transpirei como nunca e tomei muita água. Foi delicioso. Acho que farei bis na terça.

"...alalaô, ôôôô, mas que calor ôôô..."
"...eu fui as touradas de Madri... e quase não volto mais aqui..."
"...o seu cabelo não nega, mulata, porque és mulata na cor..."
"...olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é..."
"...tanto riso, oh, quanta alegria, mais de mil palhaços no salão..."
"...bandeira branca amor, eu peço paz..."


Duas das marchas que mais gosto são Máscara Negra e As pastorinhas.


As pastorinhas - (Noel Rosa e João de Barro)

A estrela d'alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor

Linda pastora
Morena da cor de Madalena
Tu não tens pena
De mim que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre e sempre te amar

Máscara Negra - (Zé Keti e Pereira Matos)

Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão.

Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval


Aqui temos uma imagem antiga de um baile dos anos 60, na cidade Porto Feliz, vizinha à Sorocaba. Eu já me vesti de forma parecida para uma matinê. (fonte da foto)