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Guloseimas e pensamentos...

13.5.05

Noite para rir...

Acabei de chegar do SESC... desopilei o fígado, eu estava precisando... Rir me faz bem!
Fazia tempo que eu não via um show do Lingua de Trapo... Eles são escrachados e junto com o Premeditando o Breque, marcaram a década de 80, para uma juventude saindo da ditadura militar. O humor sempre foi o ponto forte deles, misturando estilos musicais e fazendo chacota de tudo, inclusive deles mesmos. Abaixo dois exemplos do estilo. Uma música "romântica" cantada com todo o "sentimento odairjoseense" e uma ode à parte do corpo que menos recebeu homenagens em forma de música em nossa MPB, o...

O HOMEM DA MINHA VIDA (Ayrton Mugnaini)

Como é bom ser livre pra voar
E conhecer o amor e seus mistérios
Mas você não tinha que casar
Teu único jeito agora é o adultério

Não fui assistir teu casamento
Porque o centro de atenção ia mudar
Não quis estragar esse momento
Não fui pra ninguém me ver chorar

Hoje no meu título de eleitor
Está escrito lá que eu sou solteiro
Mas isso é mentira, meu amor
Só penso em você o tempo inteiro
A paixão e o desejo me consomem

Você também se sente consumida
Mulher de amigo meu pra mim é homem
Por isso você é o homem da minha vida

Você mudou seu título de eleitor
Ganhou o sobrenome do marido
Porém está me confessando agora
Que tem um segredo escondido
Foi tudo um fracasso na verdade
Porque você com ele não encaixa
Ele exige alta fidelidade
Porém a impedância dele é baixa

Por isso eu fiquei maravilhado
Quando você nessa vida
Deu um basta
Seguindo o velho ditado
"Burro amarrado também pasta"

POLCA DUCA
(Melô do Bráulio) Cézar Brunetti 1982

Pálido, flácido, púdico e gentil
Ele é tão tímido, árido, preso no covil
Mas quando vê aquela tanga, aquela lomba, aquela bunda
Já se encanta, bota banca, tira a manga e sai da sunga
E fica rápido, rígido, ávido e feroz
E assim diria se tivesse o dom da voz:
Patrão me dê o direito de escolher a minha trilha
Isso é pior que a solitária, eu quero a chave da braguilha
Eu só apareço em consultórios pros exames de rotina
E nos mictórios, que vexame, aquele cheiro de urina
Eu quero espaço pra balançar
Quero a luz do sol
Eu quero ter a cor do senhor
Quero tudo igual
De que me vale ser o artista principal
E ver a atriz só no final, sem meias, cintas
Sutiãs e lingeries
Eu quero ser feliz, dar um bis quando eu desejar
Mas quando eu não quiser é favor não me incomodar

Que eu faço greve e vou morar atrás do saco, enfiado num buraco
Que o patrão não vai gostar