Bombonière Delikatessen

Guloseimas e pensamentos...

16.7.05

Empréstimos...

Quando eu tinha minha empresa, eu e meu sócio tómavamos todo o cuidado com o controle financeiro dela, pois sabíamos que com nossos parcos rendimentos (um faturamento médio mensal de 40 mil) não nos permitiria enganos ou a inadimplência. Abríamos nossos controles para os colaboradores, afim de sermos transparentes e com isso tínhamos todo o apoio e compreensão deles. Conseguimos diminuir custos supéfluos, reduzir desperdícios, aumentamos a produtividade etc. Mas ainda assim, éramos uma empresa de risco, pois atuávamos num mercado que passava por uma grande mudança tecnológica, onde a lucratividade estava muito baixa e a concorrência era predatória.
Nosso cuidado era grande, mas isso não impediu de quebrarmos, pois com a inadimplência de um grande cliente durante três meses seguidos nos levou precisar de empréstimos bancários e a entrar numa espiral da qual não conseguimos mais tirar a empresa.

Dommage... essas coisas fazem parte do jogo capitalista e sabíamos os riscos que corríamos. Hoje, eu e ele recomeçamos nossas carreiras, e aos poucos estamos quitando nossas dívidas com o governo, mas nenhum dos nossos empregados ou fornecedores saiu prejudicado.

Mas o que vocês têm a ver com isso, podem estar perguntando alguns... Penso que nada, mas o que ouvi ontem e hoje me deixou indignado.

Quer dizer que o tal de Delúbio, tesoureiro do PT, professor da rede pública, recebendo mesmo sem trabalhar a anos, vem a público dizer que durante um período inferior a 3 anos, o PT, fazendo uso de um caixa 2, financiou campanhas pelo país, se utilizando de 39 milhões de reais, tomados por empréstimo junto a um empresário, sem que ninguém da diretoria do partido soubesse. Possivelmente, os diretores imaginavam que o dinheiro caia do céu ou brotava do chão, pois viviam num outro mundo.
Sarcasmo à parte, o tal de Marcos Valério, depunha sua assinatura em cima de empréstimos, colocando todo o seu patrimônio em risco, juntamente com os empregos que mantinha em suas empresas, sem pensar em nada de troca?
Ou, que esta troca seria ganhar as contas das campanhas políticas do PT e dos partidos das coligações.
Deixe-me entender: ele mesmo ia financiar a campanha com seus empréstimos e daí tiraria a comissão do trabalho a executar. Oras de quanto era o custo destas campanhas? Ele emprestava 39 e recebia 10? Esta troca não parece esquisita?

Com uma grana bem menor a entrar no caixa de minha empresa, eu já tinha um cuidado enorme em administrá-la e dialogar constantemente com meu sócio, para tomarmos as decisões em conjunto e, o tal de Delúbio fazia tudo por conta?

Contem outras, meus caros, pois estas não estão me fazendo rir.

De Gaulle nunca disse que o Brasil não é um país sério (isso saiu da boca do então embaixador brasileiro na França, nos idos dos 60), mas penso cá com meus botões que, a cada dia que passa, mais real se torna esta frase.